A destinação do lixo é um problema constante em quase todos os municípios, apesar de ser mais “visível” nas grandes cidades. Os municípios se defrontam com a escassez de recursos para investimento na coleta e no processamento final do lixo.
Os lixões continuam sendo o destino da maior parte dos resíduos urbanos produzidos no Brasil, com graves prejuízos ao meio ambiente, à saúde e à qualidade de vida da população. Mesmo nas cidades que implantaram aterros sanitários, o rápido esgotamento de sua vida útil mantém evidente o problema do destino do lixo urbano. A situação exige soluções para a destinação final do lixo no sentido de reduzir o seu volume.
Mas, em que pese a dica sobre a destino final, que não é minha, mas do BNDES, evidentemente, Administração Municipal pela visto dedicou-se a encontrar outra solução para a destinação final do lixo da cidade. A solução foi o de transportar o seu lixo para a cidade de Tremembé, ao custo de mais de doze milhões de reais por ano, ou mais de um milhão de reais por mês, gasto com lixo.
O lixo nosso de cada dia é recolhido e transportado para o aterro sanitário de Tremembé, desde que o lixão de Ubatuba, localizado no Ipiranguinha, foi interditado e desativado pela CETESB e pelo Ministério Público Estadual, em meados de 2009.
No entanto, tal “solução” ao ser implantada deveria estar acompanhada de um melhor gerenciamento do lixo produzido na cidade. Estamos falando de um gerenciamento que permita a adoção da coleta seletiva solidária, de projetos de usinas de compostagem, dentre outras formas de gerenciamento que possibilitem a redução da quantidade de lixo gerado no município, com adoção, inclusive, de campanhas que adotem os princípios dos 3Rs, previstos na Agenda 21: redução do uso de matérias-primas e energia e do desperdício nas fontes geradoras, reutilização direta de produtos, e reciclagem de materiais.
Mas, o que estamos vendo é a transferência ou o transbordo de um problema que custa muito caro à população de Ubatuba. O problema da destinação final do lixo nas cidades litoraneas é um problema urgente e deve ser enfrentado em conjunto com a população, e por que não adotar a COLETA SELETIVA.
Ubatuba deve adotar a COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA como forma de reduzir a quantidade de lixo gerado na cidade, lembrando que a cidade produz em media mais de 2.000 toneladas de lixo doméstico por mês, ou seja, quase 30 mil toneladas por ano, levando em consideração os acréscimos gerados por conta do turismo.
Como um poderoso instrumento de redução do volume de lixo descartado inadequadamente nos lixões ou nos aterros sanitários, a Coleta SELETIVA SOLIDÁRIA, além de permitir a diminuição dos custos de operação no sistema de coleta de lixo doméstico, melhora inclusive a sua gestão. Evidentemente, teremos uma redução bastante significativa na quantidade de lixo a ser transportado para o aterro sanitário de Tremembé, com redução dos seus custos.
Por outro lado, a COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA ao reduzir o impacto do lixo doméstico sobre o meio ambiente, estimula a formação de agentes de limpeza pública e a geração de renda para os “catadores de lixo”, um segmento da população em situação de exclusão social, que vivem em condições de miserabilidade e insalubridade, sendo muitas vezes explorados pelos comerciantes do lixo.
Por fim, cabe ressaltar que a COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA não se apresenta apenas como um projeto, trata-se também de um processo que favorece toda a comunidade e é um meio de conscientizar a população quanto ao problema do lixo.
Muitas são as preocupações e vantagens que motivam a implantação da COLETA SELETIVA SOLIDÁRIA, como segue:
Ambiental – redução de áreas destinadas ao descarte do lixo, preservação da paisagem, economia de recursos naturais, diminuição do impacto ambiental dos lixões e aterros sanitários com o aumento da vida útil dos mesmos;
Sanitário – redução da proliferação de vetores de doenças, redução da contaminação do solo e das águas superficiais e subterrâneas entre outros fatores referentes à saúde pública;
Social – geração de emprego e renda aos envolvidos, além do resgate da dignidade, estimulando a participação de catadores de rua e de lixões;
Econômico – redução de gastos com a limpeza urbana e investimento em novas áreas para os lixões ou aterros sanitários;
Educativo – contribui para a mudança de valores e atitudes individuais para com o ambiente, revisão de hábitos de consumo, capacidade de mobilização da comunidade e fortalecimento do espírito de cidadania.
Para não esquecer veja a matéria: Você joga dinheiro no lixo de janeiro de 2.009.
2 comentários:
Gostaria de saber se posso usar esse artigo num trabalho acadêmico que estou fazendo sobre a qualidade do ar e preservação ambiental de Ubatuba,no curso de Gestão ambiental pela UNOPAR Taubaté.Claro que com a devida referência bibliográfica.
Sim, Sra, Ana Lucia. O texto pode ser utilizado, fazendo menção bibliográfica em nome de Valdir Aguiar, advogado e militante ambiental do PT - DM de Ubatuba.
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