quinta-feira, 23 de janeiro de 2014

Os tucanos inovam em matéria de corrupção: recebem propina a prestação

Sabe aquele documento que os repórteres da Folha de S.Paulo descobriram na França, e o jornal publicou ontem, provando que a Alstom pagou propina para a Secretaria de Energia do Estado e para três departamentos da Empresa Paulista de Transmissão de Energia (EPTE), em troca da extensão de um contrato de US$ 45,7 milhões (R$ 52 milhões em valores da época), que nem podia ser prolongado, já que expirara 15 anos antes?

Na edição de hoje o jornal mostra que os tucanos da secretaria e da EPTE receberam o suborno a prestação. O documento aponta que a propina foi foi paga em parcelas, em 1998, durante o 1º governo de Mário Covas (PSDB), segundo o texto da própria companhia francesa. Paga à medida que o dinheiro do contrato foi sendo liberado pela estatal paulista.

O documento mostra que que à época da elaboração, meados de 1999, a propina à diretoria financeira da EPTE tinha sido dividido em quatro parcelas, a serem pagas entre 1998 e setembro de 1999. “O suborno de 3% à Secretaria de Energia também aparece com anotações de que foi parcelado. Ao lado do percentual, o equivalente a R$ 1,56 milhão, há a informação de que já teria sido pago 30%”, diz o jornal.

Pela 1ª vez aparecem as áreas para onde foram as propinas

Na época da assinatura desse contrato o secretario de Energia do Estado era Andrea Matarazzo, hoje vereador do PSDB na Câmara Municipal paulistana, que nega ter discutido o documento para a construção de três subestações de energia. O cronograma dos pagamentos aparece claramente no documento apreendido pela polícia francesa na sede da multinacional em Paris e obtido pela Folha.

Conforme registra o próprio jornal, é a primeira vez no curso das investigações que aparecem pistas dos valores pagos à Secretaria de Energia e a três diretorias da EPTE, todas mencionadas apenas por siglas – SE para secretaria de Energia, e DA, DF e DT –, para as diretorias administrativa, financeira e técnica da EPTE, respectivamente. Quem confirmou o uso das siglas e seus significados para a Folha foi Jean Pierre Courtadon, ex-vice-presidente da Alstom-Cegelec.

Estes papéis da multinacional francesa Alstom mostram, ainda, que outro dirigente da EPTE recebeu 3% à época do valor do contrato, pago a alguém citado como “F”. Entre os executivos que assinaram o contrato há um cujo sobrenome começa com “F”, Henrique Fingermann, ex-diretor diretor financeiro e presidente da EPTE. “Mas, como esse contrato foi discutido por anos, não é possível saber quem era “F” “, ressalva a Folha.

Polícia apurou que sigla refere-se ao nome de Robson Marinho

Por outro lado o jornal repete que nas investigações policiais a sigla “TC ROM” é associada ao conselheiro do Tribunal de Contas do Estado (TCE-SP) Robson Marinho, que foi Chefe da Casa Civil do governo Mário Covas no biênio 1995/1997. Ele teria recebido o suborno em duas prestações, conforme os papéis. “Uma parte (66% do suborno) teria sido paga quando a Alstom apresentou à EPTE a fatura de 13 de abril de 1999. A outra (33% da propina), numa fatura seguinte”, registra o jornal hoje.

O jornal se refere, também, a outro documento interno da Alstom, que mostra que a MCA, empresa que cuidou da distribuição da propina, recebeu recursos da multinacional francesa de outubro de 1998 a maio de 2000. A empresa pertence a Romeu Pinto Jr., que já admitiu à polícia que seu contrato de consultoria com a Alstom era falso, de fachada, só para disfarçar o repasse de propina. Todos os envolvidos na história, ouvidos ontem pela Folha, ou através de seus advogados, voltaram a repetir que não receberam suborno.

Postado pela Assessoria de Comunicação do PT de Ubatuba - 23/01/2014
Fonte: Blog do Zé Dirceu



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