Maurício Moromizato
Aproxima-se a eleição para nova Diretoria e novo Conselho da Associação Comercial e Industrial de Ubatuba (ACIU). Representante dos empresários na cidade está no fim uma administração formada por empreendedores, que trouxe mudanças significativas para a entidade, notadamente em suas instalações físicas, nos benefícios oferecidos e nos serviços prestados.
A chapa da situação já está anunciada, com Alfredinho (restaurante Senzala) sendo o candidato a presidente. Felizmente está se anunciando a formação de uma chapa de oposição, encabeçada por Ricardo (Ideal Contábil). Escrevo felizmente porque a ocorrência de disputa é por demais salutar, refletindo divergência de opiniões e objetivos o que fatalmente obriga o vencedor a tentar se superar na administração.
Como associado votante e como cidadão, vejo que alguns compromissos têm que ser assumidos para tornar a candidatura atraente e aproveito para citar alguns, a saber: criação de um conselho fiscal independente e com função definida para avalizar a administração financeira da entidade e de torná-la transparente e acessível aos associados (1); transformação do conselho em Conselho Deliberativo, com a devida autonomia e tendo o presidente como membro, mas jamais como presidente desse conselho (2); presença dos ex-presidentes (todos) como conselheiros, com direito a voz e não a voto (3); incorporação formal do setor de serviços ao nome da entidade, atraindo prestadores autônomos para participação na entidade e na sua direção (4); instalação de estrutura para atendimento da região sul e da região oeste, bem como o fortalecimento da economia dessas regiões (5).
Mas tão ou mais importante que os compromissos acima, vejo que a posição política da futura diretoria é de fundamental importância para a cidade e para todos nós, cidadãos que trabalhamos, investimos e nos dedicamos à cidade. Daí o título da coluna: um destino a ser assumido.
E o destino a ser assumido é: INDEPENDÊNCIA em relação à administração pública federal, estadual e municipal! O destino a ser cobrado pelos empresários deve ser: INDEPENDÊNCIA!
Por que tanta importância para a independência da ACIU em relação ao poder público? Porque a ACIU tem que ser extremamente política, mas definitivamente apartidária e impessoal. Assim age a maior das associações empresariais: a FIESP, que está sempre cobrando que o governo execute o que prometeu, que está sempre pedindo medidas que lhe são consideradas importantes e sempre que há merecimento, está a aplaudir decisões acertadas dos governantes de plantão. Essa postura a meu ver é a que tem chance de trazer os melhores resultados para a ACIU e para os empresários, para Ubatuba e para seus cidadãos.
Escrevo essas linhas porque é muito incômodo perceber que a chapa do Alfredinho é a chapa do prefeito e a chapa do Ricardo é a chapa da oposição. Não há ganho para ninguém e há uma imensa chance da cidade sair perdendo com qualquer que seja o resultado.
Falo com tranqüilidade a esse respeito porque como associado e cidadão lembro perfeitamente da omissão da atual gestão da ACIU quando da instalação das ciclovias; da sua “lavada de mãos” com a polêmica criada na Rua Guarani, nessa temporada; da total falta de ação e do silêncio constrangedor frente ao transbordo do lixo que seqüestra recursos que poderiam ser gastos no município; da falta de cobrança pública e efetiva quanto ao Plano Diretor e ao Planejamento Municipal, notadamente na área do turismo.
A necessidade de independência em relação à administração pública é necessária inclusive frente às principais reclamações dos empresários, que presenciei quando da ida do secretário de turismo à ACIU: as queixas foram falta de segurança, falta de fiscalização, trânsito com problemas, falta de saneamento básico, falta de planejamento de médio e longo prazo, falta de competência, ou seja, todas reivindicações e reclamações políticas, e justas, e verdadeiras.
Daí que nesses dias finais será salutar que as duas chapas apresentem claramente suas propostas de ação, seus objetivos e metas e principalmente sua linha de atuação.
Será muito bom que a chapa da situação, hoje publicamente do prefeito, se descaracterize como tal e assuma o compromisso da independência, inclusive colocando os pontos onde vai cobrar a administração pública.
Por seu lado, a chapa da oposição deve pensar seriamente em apresentar suas propostas para a administração pública e cobrar neutralidade da mesma na eleição, deixando claro que é oposição interna na ACIU, mas que é fundamentalmente uma chapa montada para atuar ao lado de quem quer Ubatuba melhor.
À administração pública, prefeito e assessores, cabe se distanciar desse processo eleitoral, de público e de fato, para conversar com as duas chapas e estabelecer desde já um novo e necessário modelo de relacionamento com a ACIU, baseado em propostas, em questionamentos, em discussões sérias e na obtenção de consensos que possam trazer benefícios para o município.
Alfredinho, Ricardo, Eduardo César e assessores: parte dos destinos da ACIU e da cidade está em suas mãos. A outra parte está com os associados votantes e sua percepção e convicção a respeito do que será melhor para a entidade e para Ubatuba.
PS: Até o momento que finalizo esta coluna (00h22min.), continua grave o estado de saúde do deputado Clodovil Hernandes, vítima de AVC. Como cristão e católico, estou orando para que Deus lhe seja companheiro nessa hora decisiva da vida. Como cidadão de Ubatuba só há o que lamentar com o ocorrido, visto que o deputado é hoje a maior autoridade nacional dentro do município e estava sinceramente comprometido em ajudar Ubatuba.


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