Rui Grilo
Quando fui eleito para representar a Pedreira na Agenda 21 e, depois, para representar a sociedade civil na Agenda 21 do Litoral Norte, o atual presidente da Pedreira me disse que iria me interpelar sobre todos os acontecimentos da Agenda 21. Ainda não há uma posição formada dos integrantes da Agenda 21 sobre o Lixo Zero, porque é uma proposta inovadora mas acredito que nenhum ambientalista defenderia o transbordo se houvesse uma solução diferente. E há: o PROJETO LIXO ZERO. E temos documentos assinados pelo prefeito e outros secretários que comprovam que ele já tinha essa informação e mesmo assim optou pelo transbordo.
Uma das orientações de um bom planejamento de reuniões é que ele não pode ser rígido e deve contemplar demandas que sejam relevantes. Como o objetivo da reunião havia sido frustrado pois aquele que viria trazer informações, confirmou que não as possuía, fiz um relatório do acontecido na Câmara porque sou morador do bairro e sei o dano que o transbordo causa à cidade. Com o que se gasta com o transbordo, não só o término da quadra mas muitos outros serviços públicos poderiam ser realizados e melhorados. A questão do transbordo é muito mais importante do que o término de uma quadra de esportes porque abrange todo o município. E uma oposição responsável tem que tomar posição, ainda mais numa hora em que se cortam gastos alegando a crise. Além disso, o Projeto Lixo Zero amplia a oferta de empregos e de serviços à população, barateando materiais necessários à construção civil.
No entanto, não é fácil para um cidadão colocar um ponto importante numa reunião quando se está só perante aqueles que representam o poder numa cidade e que não se dispõem a dialogar de forma civilizada. A prefeitura não discutiu com a sociedade a questão do transbordo e a todo momento seus representantes queriam colocar a questão de lado como se não fosse importante para o bairro também. No entanto, somos todos nós que pagamos, não só o transbordo mas o salário dos funcionários da Prefeitura e eles devem nos tratar com respeito.
Não falo apenas em meu nome, mas em nome de um grupo que se preocupa com os destinos da cidade e que tem um conjunto de princípios e propostas gerais a partir das discussões com diferentes grupos do município e de contato com diferentes experiências de outros municípios. Esta proposta geral está detalhada em planos específicos de cada área. Sua divulgação ficou prejudicada com a proibição dos dois debates que seriam realizados na cidade durante a campanha eleitoral.
É por essa falta de respeito com toda a comunidade, que solicitamos ao Promotor Público que atue como mediador para que se chegue a uma solução. Não se pode tolerar que em resposta à propostas se parta para a desqualificação das pessoas.
De acordo com o Sidney Borges, “Em Ubatuba há apenas uma ideologia. A tomada do poder. Tanto faz este ou aquele, a prática é sempre a mesma. Os adoradores do rei também são sempre os mesmos. Aqueles que ontem defendiam com unhas e dentes a administração de Paulo Ramos hoje defendem com o mesmo ardor Eduardo Cesar. Em quatro anos estarão ao lado do novo chefe, seja ele quem for.”
Ele também diz que “Para existir oposição é preciso que o vivente se oponha. Que seja do contra, que manifeste antagonismo, que exiba contraste. Para haver oposição é fundamental a existência de um projeto político...”
O PT tem uma projeto político e tem uma posição clara: queremos transparência e queremos discutir não só o transbordo, o saneamento básico, mas todos os problemas que dizem respeito à cidade e à humanidade.
Ficam duas questões ainda não respondidas pelo Sr. Marcos Guerra:
1) o senhor é a favor ou contra o transbordo?
2) Se o senhor sabia que o aumento da taxa de lixo era abusiva na passagem de 2007 para 2008, quais medidas concretas o senhor tomou?
Rui Grilo
ragrilo@terra.com.br


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