A Bancada Feminina do Congresso Nacional e o Conselho Nacional dos Direitos da Mulher, com apoio da Secretaria Especial de Políticas para as Mulheres, em manifestação pela maior participação feminina a partir da reforma política, em 2007.
SECRETARIA DE MULHERES - PT
01/09/2008 - 15:32
A legislação eleitoral determina que os partidos reservem uma cota 30% das candidaturas para as mulheres, mas as legendas não investem em políticas de incentivo à participação feminina nas eleições. A avaliação é da secretária nacional de Mulheres do PT, Laisy Morière.
Ela afirma que no PT a participação feminina na disputa eleitoral municipal caiu cerca 0,5% em relação a 2004. A diminuição não foi só no partido, e o motivo, segundo a secretária, é a falta de políticas específicas para incentivar as mulheres a participarem das eleições.
“Apesar de elas serem a maioria da população, não existe uma política específica de formação para essas mulheres. Como o jogo eleitoral é muito concorrido e também um espaço extremamente masculino, as mulheres, às vezes, não se sentem à vontade no jogo eleitoral”, argumenta.
De acordo com Laisy Morière, o jogo eleitoral “é de quem tem dinheiro, tem força, e então muitas vezes as mulheres preferem não ir para a disputa”.
Ela reforça que não falta interesse feminino pela política ou pelo processo eleitoral. O que há, na sua opinião, é falta de estímulo.
“Acredito que há falta de investimento dos partidos para que as mulheres passem a ser protagonistas do processo eleitoral. Elas são protagonistas do processo político. Hoje, se formos analisar, em todos os espaços do Brasil existem mulheres, mesmo que a duras penas”, afirma.
Para Laisy Morière, a pequena participação das mulheres nas eleições se deve ao fato de que os partidos não são punidos por descumprirem a cota prevista em lei.
“O partido não cumpre os 30% e não tem problema nenhum. Ele não pode preencher as vagas com homens, mas isso não é sanção”, reclama.
“Se existisse punição para quem não cumprisse a cota, garanto que o percentual seria cumprido e os partidos passariam a investir mais em mulheres”, acrescenta.
Laisy Molière citou exemplos de outros países, como a Argentina, que utiliza a cota para as mulheres no número de vagas no Parlamento e não para o preenchimento de candidaturas.
“Se o partido tem dez vagas no parlamento, três delas têm que ser destinadas à mulheres. Aí, efetivamente, a cota existe. No Parlamento argentino, as mulheres somam 36%”, disse.
Ela reforça a importância da participação feminina no processo eleitoral, “principalmente porque é nas Casas Legislativas que se aprovam as leis que vão reger a sociedade, nossas vidas. Por isso, é importantíssimo que as mulheres estejam lá e, para isso, é preciso participar do processo eleitoral”, acentua.
A secretária reconhece que o processo político-eleitoral é difícil, “mas as mulheres precisam se filiar aos partidos, participar das disputas internas para, posteriormente, lutar por uma vaga na corrida eleitoral”.
Agência Brasil
Fonte: http://www.pt.org.br/portalpt/index.php?option=com_content&task=view&id=15054&Itemid=242
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