

![]()
16/08/2008
Saulo Gil
A maioria dos eleitores entrevistados pela reportagem do Imprensa Livre aprovou a proposta de emenda constitucional que prevê o fim do voto obrigatório no país. A proposta, de iniciativa popular, está em análise na Comissão de Constituição e Justiça (CCJ) do Senado.
A professora Mônica dos Santos concorda com a proposta e ressaltou: "Acho que deveria votar só quem tem vontade de participar da eleição. Quem não tem iniciativa de participar e é obrigado a isto fica muito mais sujeito a entregar seu voto aos políticos oportunistas".
A estudante Sandra, que não completou a maioridade, mas já tem o título eleitoral, também não concorda com a obrigatoriedade. "Geralmente, quem não quer ou não gosta de votar nem sabe quem vai escolher nas urnas. É melhor ficar em casa então!", desabafa a estudante.
O ambulante Juvenal já vê oportunidades em caso do voto no Brasil ser facultativo. "Pra mim vai ser bom porque o povo das outras cidades vai aproveitar o final de semana das eleições para pegar uma praia, já que não serão obrigados a votar na cidade deles", brinca o comerciante. Uma das poucas opiniões de apoio ao voto obrigatório foi a do aposentado Diogo Souza que argumentou: "O voto, antes de ser um direito de cada um, é um dever do povo brasileiro de escolher políticos corretos e honestos".
O Imprensa Livre lançou uma enquete no início da semana querendo saber a opinião do internauta que visita o site do jornal. De acordo com a última parcial, conferida nesta sexta-feira, 80,7% dos internautas são favoráveis ao projeto que extingue o voto obrigatório.
Apesar da vontade popular, o projeto ainda deverá passar por muitas discussões. Relator da matéria na Comissão de Direitos Humanos e Participação Legislativa, o senador Eduardo Suplicy (PT), ponderou em seu parecer a necessidade de se instituir o voto facultativo no processo eleitoral brasileiro. "O ato de votar deve representar um direito de cidadania, a ser exercido espontaneamente por eleitores conscientes da importância de sua participação na escolha de seus representantes", afirmou o parlamentar.
Suplicy prometeu empenho na questão e, principalmente, no auxílio à argumentação favorável ao projeto por parte dos senadores. Ele considera que a obrigatoriedade do voto secreto, instituído pela Constituição de 1932, já está ultrapassada. Na sua opinião, passados 20 anos do processo de redemocratização do país, a sociedade já alcançou um grau de maturidade suficiente para escolher de forma espontânea seus representantes.
O que pensam os candidatos a prefeito da cidade sobre o assunto
Pedro Tuzino (PSDB): Sou a favor do voto obrigatório, pois infelizmente uma parcela da população brasileira ainda não tem uma consciência democrática apurada. Caso o voto não seja obrigatório, acredito que muitos cidadãos deixarão de participar da democracia por descrença na classe política de nosso país. Sem o voto destas pessoas os maus políticos acabariam sendo beneficiados, pois a não obrigatoriedade facilitaria o chamado voto de cabresto.
Maurício Moromizato (PT): Acho positivo o fim do voto obrigatório por deixar a campanha mais limpa. O político terá de se empenhar mais em convencer o eleitor a participar do processo democrático. Apesar da minha opinião, também admito que a questão é complexa pelo fato da nossa recente democracia. Acredito que o tema deve ser muito debatido antes de qualquer mudança.
Eduardo Cesar (DEM): O voto não deveria ser obrigatório, pois é um exercício de cidadania. Quando alguém é obrigado a fazer algo, pode fazê-lo contrariado, ficando mais fácil a indução ou o ato de votar por votar. Aquele que vai votar por vontade própria, vota consciente. Entendo também que se hoje o voto não fosse obrigatório, a nossa vantagem eleitoral seria maior, pois estaríamos contando apenas com eleitores conscientes.
Paulo Ramos (PDT): O candidato não foi localizado até o fechamento desta edição.


0 comentários:
Postar um comentário