sábado, 30 de agosto de 2008

"Nós fomos responsáveis pela eleição do Eduardo Cesar e agora temos o dever de tirá-lo de lá", declara Moromizato em sabatina

Imprensa LivreO candidato Maurício Moromizato durante a Sabatina Imprensa Livre




Dando seqüência às sabatinas com os candidatos à Prefeitura de Ubatuba, o Imprensa Livre recebeu na manhã de ontem o petista Maurício Moromizato. O candidato ressaltou sua condição de opositor e revela o motivo do PT ter rompido relações com a atual Administração.
Durante a entrevista, Moromizato valorizou sua ligação partidária com o presidente Lula, e aposta nesse fator para atrair recursos federais.
O candidato ainda lamentou a perda do apoio do deputado federal Clodovil Hernadez, e conta que, se for confirmada a impugnação da candidatura de Paulo Ramos, convidará o ex-prefeito para participar de sua campanha.



Helton Romano: Porque o senhor quer ser prefeito de Ubatuba?

Maurício Moromizato: Quero ser prefeito de Ubatuba para tirar a cidade da situação em que ela se encontra. Atualmente, o desemprego é muito alto, o serviço de saúde pública é deficitário, fazendo com que a população tema em ficar doente pelo atendimento que é prestado em nosso único hospital e, acima de tudo, cuidar da cidade, pois ela está muito descuidada. Recuperar a economia do município, garantindo o desenvolvimento.

Helton Romano: O senhor não tem nenhuma passagem por cargo público. Como pretende compensar esta falta de experiência na Administração pública?

Maurício Moromizato: Não é uma compensação. Na verdade, os 22 anos que eu administrei meu consultório, me deram uma noção que você precisa ser responsável, gastar conforme o que você arrecada e respeitar os funcionários. Além disso, precisa fazer de tudo para agradar seus clientes, no caso, agora, são os eleitores.
Por outro lado, a formação política e a experiência que tive na presidência do Conselho Municipal de Saúde, me mostraram que o administrador precisa ter convicção política do que pode fazer. É necessária uma equipe que realmente te auxilie na gestão da cidade. Acho que não vai fazer diferença esta falta de experiência pública. E eu gosto de desafios.

Helton Romano: O deputado Clodovil Hernandes chegou a anunciar apoio a sua candidatura. No entanto teve que recuar por determinação do diretório municipal do PR. O que representa a perda do apoio do deputado?

Maurício Moromizato: O deputado ter recuado do apoio fez com que eu deixasse de tê-lo ao meu lado na campanha. E isso eu queria muito ter, pois ele vem em um processo crescente de politização e hoje é um político mal aproveitado pela cidade.
Acho que a parceria seria uma aliança que iria além da questão eleitoral, pois a coligação entre PT e PR já é muito forte a nível federal. Mas garanto que, se eleito, ele terá espaço administrativo no meu governo.
Acho que quem mais perdeu foi o PR, que tomou uma posição individualista e acabou perdendo uma figura que poderia ser fundamental nestas eleições, inclusive no crescimento do próprio PR. A prova de que o partido perdeu foi a confirmação de que o deputado federal manterá sua neutralidade para a disputa municipal deste ano.

Saulo Gil: O atual vice-prefeito de Ubatuba é do PT e disputou as últimas eleições junto com o seu adversário Eduardo César. No entanto, o Professor Domingos não participa da gestão municipal. Como você vê esta quebra da aliança entre PT e Eduardo César?

Maurício Moromizato: A quebra da aliança é de total responsabilidade do atual prefeito e foi prejudicial para a população de Ubatuba. Nós rompemos a aliança porque temos responsabilidade política.

Saulo Gil: O que foi decisivo para o rompimento, já que você é o presidente municipal do PT?

Maurício Moromizato: O motivo foi o isolamento do partido na Administração. Nós elegemos o Eduardo para dividir responsabilidades na prefeitura e essas responsabilidades não nos foram passadas e o programa de governo proposto foi sendo paulatinamente esquecido.
Ele perdeu a chance de obter mais facilidades e recursos disponibilizados pelo Governo Federal. Nós fomos responsáveis pela eleição do Eduardo Cesar e agora temos o dever de tirá-lo de lá. Nós perdemos a possibilidade de crescer junto com o país e aproveitar a parceria que teríamos junto à União, por sermos do mesmo partido do presidente Lula. Ubatuba, hoje, é administrada apenas para o grupo de comissionados do prefeito e, por isso, preferimos o rompimento.
“Eu sou o candidato do presidente Lula em Ubatuba”

Saulo Gil: No Litoral Norte, o presidente Lula não teve uma votação tão expressiva como em outros locais do Estado e do País. Mas de qualquer forma, é o presidente com a maior aprovação desde o fim da ditadura. Como você pretende usar o fator Lula na sua campanha?

Maurício Moromizato: Apesar do eleitorado da região ser mais conservador, o vínculo ao governo federal e ao presidente é muito positivo e já nos garante um percentual do eleitorado que vota em nós pelo sucesso da administração federal.
Ou seja, o apoio do presidente já nos garante uma base sólida para a disputa no município. Eu sou o candidato do presidente Lula em Ubatuba e pretendo trazer cada vez mais os programas e recursos federais para a nossa cidade.

Helton Romano: Se confirmada a impugnação do candidato Paulo Ramos, como o senhor pretende aproveitar esta lacuna no eleitorado?

Maurício Moromizato: Caso ele realmente saia da disputa nós iremos buscar o apoio do Paulo. Ainda não conversamos, mas a intenção é de trazer o apoio dele e do PDT, que também faz parte da base governista do governo federal e é partido aliado ao PT.

Saulo Gil: Nas suas propostas para o setor de empregos você fala da criação de cooperativas de trabalho. Quais setores poderão receber tal iniciativa?

Maurício Moromizato: São diversos setores que podemos, na verdade, implantar um sistema de economia solidária. As questões das cooperativas estão inseridas no pensamento de ativar solidariamente a economia do município e o poder público pode participar muito disso, pois, ele pode não ser só o indutor, mas também, o consumidor dos produtos produzidos pelas cooperativas, que podem ser, desde a área têxtil, até em relação à agricultura familiar.

Helton Romano: Muitas famílias vivem da pesca em Ubatuba. O que está reservado a este setor no seu plano de governo?

Maurício Moromizato: Ubatuba tem que seguir os avanços do Governo Federal no setor. O PT criou o Ministério da Pesca e já elaborou um plano de desenvolvimento para a atividade e precisamos aproveitar esta política proposta pela União.
Nós precisamos valorizar este setor, pois é um engano pensar que a pesca acabou no município. A atividade ainda gera muitos recursos dentro de Ubatuba e os trabalhadores precisam do apoio do poder público municipal, principalmente em questões que envolvem restrições ambientais, como a APA – Área de Proteção Ambiental –, proposta a qual eu sou radicalmente contra.

Helton Romano: Na Saúde, como lidar com a crescente dívida da Santa Casa?

Maurício Mormizato: A Santa Casa precisa de investimento, dinheiro. Não só de melhorias, mas de custeio.
A Santa Casa custa certo valor por mês e é preciso ter mensalmente estes recursos, para poder atender adequadamente os munícipes. Para recuperar a Santa Casa, precisamos recuperar a economia do município e fazer com que os próprios ubatubenses garantam a viabilidade financeira da Santa Casa, pagando convênios e consultas particulares.
O cálculo de sustentabilidade é que 35% dos usuários do hospital paguem convênio. Quem propõe a construção de um novo hospital na cidade não sabe o que está falando, pois hospital público não pode receber verbas de particulares e nenhuma entidade consegue sobreviver só pelos repasses do SUS. Então, a recuperação da Santa Casa passa por mais investimento público, reforma administrativa e recuperação econômica do município.

“Quem propõe a construção de um novo hospital na cidade não sabe o que está falando”

Saulo Gil: Muitos candidatos criticam a atual gestão da merenda escolar para os alunos da cidade. Como o candidato vê a terceirização e o custo atual do serviço?

Maurício Moromizato: Não sou eu que falo, são os documentos. No primeiro ano da gestão do Eduardo Cesar a merenda custava R$ 3 milhões e hoje está custando R$ 12 milhões. Eu não concordo com a terceirização. Acredito que o Executivo poderá administrar o conteúdo e distribuição da merenda escolar, incrementando a pesca e agricultura, além do empresariado. Uma coisa é certa. O modelo atual de terceirização será modificado.

Helton Romano: Há menos de dois meses das eleições, como vem se desenvolvendo sua campanha, o seu dia-a-dia?

Maurício Moromizato: A campanha só irá esquentar mesmo depois das Olimpíadas. Por enquanto, nossa situação é a mesma da maioria dos candidatos, com restrição financeira. Portanto, o trabalho vem sendo realizado in loco, percorrendo toda a cidade, principalmente as comunidades mais carentes.

Saulo Gil: Já que você vem visitando estes locais mais afastados do centro, o senhor acredita que alguma parcela da população ubatubense passa fome?

Maurício Moromizato: Acho que sim. Inclusive estamos encontrando pessoas que tem direito ao Bolsa Família, mas estão esbarrando na burocracia do município para receber o benefício.
Existe uma miséria grande em Ubatuba. Grande mesmo. Já cheguei até a me emocionar durante uma visita a uma comunidade carente. Eles estão precisando de ajuda do poder público municipal e com urgência.

Perguntas de moradores

Anderson Gomes: Os bairros da Estufa I e II ainda apresentam muitas ruas sem calçamento. Qual é a proposta do candidato para melhorar a atual situação?

Maurício Moromizatto: Nosso projeto é realizar um grande plano de calçamento da cidade, com participação social direta. É uma iniciativa que terá como material o bloquete. A Prefeitura entra com o trabalho de nivelar e assentar o material, enquanto a população ficará responsável pela produção dos bloquetes, que também será remunerada pela prefeitura. O projeto de calçamento é a menina dos olhos do nosso programa de governo e o objetivo é calçar 100% da grande região central de Ubatuba.

Antonio Oliveira, bairro Itaguá: Como será formada sua equipe de governo? Terá gente de fora da cidade?

Maurício Moromizato: Para ser integrante da nossa Administração é preciso, antes de tudo, ter ficha limpa. Para cargos técnicos serão chamados técnicos e para o secretariado serão escolhidas pessoas com força política e de atuação. Trazer alguém de fora, só se for necessário e se não for encontrado alguém competente dentro do município. No meu governo todo mundo saberá quem indicou e o por quê está lá.

Considerações finais
Agradeço ao Imprensa Livre pelo espaço democrático e igualitário entre os candidatos. E peço o voto e a confiança daqueles que acreditam que a mudança é o caminho para Ubatuba sair da situação de penúria que a cidade se encontra atualmente.


1 comentários:

Unknown disse...

Estou desesperada,espero que com a graça de deus vc possa me ajudar!Eu tenho uma filha com dos candidatos a vereador da sua coligação,ele nao me paga pensão a seis anos,me ajude me informando o endereço dele pra que se faça a justça merecida,minha filha passa por necessidades por falta de apoio do pai que é irresponsavel!O nome dele é Josivaldo Cardoso dos Santos mais conhecida como Jó da praia das toninhas,me ajude por favor,nao tenho mais a quem recorrer!!Obrigada meu email é dim_anjinha@yahoo.com.br,mais nao fale nada a ele se nao ele some!!

 
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